quarta-feira, 20 de junho de 2012

... Em síntese


Toda esta informação referida que nos tópicos , foi estruturada para a realização de um trabalho de uma disciplina (Estudo do Movimento) , no módulo nº6 (Capacidades Condicionais) do Curso Profissional de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, na Escola Secundária de Pombal.

            Este trabalho foi muito útil, na medida em que me deu a possibilidade de explorar um tema que acho interessante e do qual posso aprender cada vez mais ainda.
Cheguei à conclusão que, apesar de haver inúmeras definições para as capacidades condicionais dadas por várias pessoas, podemos dizer que, de um modo básico e geral, as capacidades motoras são características individuais e inatas, as quais podem ser sujeitas a um desenvolvimento de modo a que, em conjunto, determinem a aptidão física de um indivíduo.
Verifiquei de igual modo que, em 1968, Gundlach propôs a divisão das capacidades motoras em dois grupos distintos, as capacidades condicionais (carácter quantitativo) e as capacidades coordenativas (carácter qualitativo).
A classificação permite é que seja mais fácil conhecer as diferentes capacidades de forma organizada e de acordo com as diferentes intervenções na aptidão física, já que as capacidades condicionais estão ligadas à eficiência do metabolismo energético.
Dentro das capacidades condicionais, podemos encontrar a força, a velocidade, a resistência e a flexibilidade. Após a definição de cada uma, pudemos verificar que existem diversos tipos de cada capacidade, assim como diversos treinos, os objetivos e ate os fatores condicionantes de algumas capacidades.
Com toda esta informação fiquei a saber mais pormenorizadamente tema das Capacidades Condicionais.  



Agradeço por ter visitado este blogue, e espero que toda a informação aqui publicada, tenha sido do seu agrado.
           Até uma próxima. 

Observações relativas ao treino da flexibilidade


- Os exercícios devem ser feitos diariamente e, consequentemente, sem interrupções;
- O treino da flexibilidade deve ser antecedido de um bom aquecimento e nunca deve ser executado quando os músculos apresentam elevados níveis de fadiga;
- Treinar sempre a flexibilidade na parte inicial do treino e nunca depois de exercícios de resistência muito intensos;
- Cada exercício deve ser repetido suficientemente (deve ser utilizado o método das repetições e a execução deve ser feita até que se sinta uma “ligeira dor”);
- Os exercícios devem ser variados e devem favorecer o aumento da amplitude de movimentos;
- O treino deve ser iniciado com exercícios gerais e depois ir para específicos;
- Complemento permanente com exercícios de relaxamento muscular;
- A amplitude máxima do movimento deve ser lenta e progressivamente alcançada;
- Não é necessário um treino muito intenso para a manutenção da flexibilidade, ou seja, para a manutenção da flexibilidade a frequência é mais importante que o volume de treino.

    

 

Treino de flexibilidade



O treino da flexibilidade deve ser uma constante, uma vez que, quando esta capacidade motora deixa de ser treinada, os seus efeitos positivos conseguidos são rapidamente perdidos. É uma capacidade facilmente treinável e o seu treino deve ser combinado com o de outras capacidades.


Por exemplo: um treino excessivo da força pode afetar negativamente a flexibilidade, bem como um treino excessivo da flexibilidade pode afetar a força.


Esta capacidade motora facilita a execução dos movimentos, mas não deve ser treinada em excesso, pois pode provocar deformações das articulações e dos ligamentos. O seu treino assenta no método da repetição, realizando insistências (ou forçando mesmo), de modo a obter uma maior amplitude das articulações e o alongamento dos grupos musculares que se opõem ao movimento.

Principais fatores condicionantes da flexibilidade



- Composição corporal:


A hipertrofia muscular e a obesidade são fatores que condicionam a flexibilidade.


- Superfícies articulares:


A mobilidade articular depende da forma e do comprimento mecânico dos ossos que compõem a articulação, assim como das superfícies articulares. Uma vez que esta mobilidade é determinada por fatores genéticos, existem algumas diferenças de pessoa para pessoa.


Capacidade de alongamento muscular, dos tendões, ligamentos e cápsulas articulares:


São as bainhas que envolvem os músculos, tendões e cápsulas articulares que condicionam a resistência decisiva ao alongamento.


Os tendões, ligamentos e cápsulas articulares têm como principal função manter os ossos e as superfícies articulares devidamente colocados, de forma a permitir o bom funcionamento das articulações.


- Coordenação dos processos neuromusculares:


A capacidade de alongamento de um músculo, para além de estar dependente da sua extensibilidade e elasticidade, está também dependente da ação do sistema nervoso central sobre o seu tónus muscular e sobre a sua capacidade de relaxamento.


Quando as fibras musculares chegam a um determinado grau de alongamento, os fusos neuromusculares são excitados, de modo a que se dê a contração muscular e a interrupção do movimento. Os fusos neuromusculares desempenham um papel importante no caso dos alongamentos excessivos. Quando as fibras musculares sofrem alongamento excessivo, os fusos neuromusculares sofrem também esse alongamento, o que faz com que enviem estímulos nervosos à medula espinal, levando à contração de um maior número de fibras musculares. 


- Fadiga:


Os índices de flexibilidade diminuem quando um músculo apresenta elevados níveis de fadiga. As razões apontadas para explicar este fenómeno são: a diminuição da sensibilidade dos fusos neuromusculares; e a diminuição das reservas de ATP no músculo, o que não permite o alongamento máximo, uma vez que o músculo não se relaxa.


- Temperatura interior e exterior e aquecimento:


- São obtidos melhores resultados quando existe aquecimento;
- Se a temperatura ambiente (exterior) é baixa, e não existe aquecimento prévio, a flexibilidade é muito condicionada, ou seja, o frio reduz e o calor aumenta a elasticidade muscular;
- Através da atividade física, do contacto com água quente, através de massagens, etc., pode aumentar-se a temperatura ao nível do músculo, o que provoca uma diminuição da viscosidade muscular, permitindo um melhor alongamento com menor risco de lesões;
- O aumento da temperatura ao nível do músculo provoca também uma maior irrigação sanguínea, o que tem como consequência um aumento da capacidade de estiramento das fibras musculares.


- Hora do dia:


Os índices de flexibilidade variam conforme a hora do dia em que esta é treinada. Por exemplo, logo de manhã, depois de acordar, os índices de flexibilidade são mais baixos do que à tarde. Isto deve-se, entre outros fatores, à elevada sensibilidade dos fusos neuromusculares que ao mínimo alongamento levam à contração das fibras musculares. 


- Idade:


Os tendões, ligamentos, músculos e etc. sofrem alterações com o envelhecimento. Essas alterações provocam a diminuição da capacidade de estiramento das estruturas associadas à flexibilidade.


Deste modo, a flexibilidade é uma capacidade física que necessita de ser trabalhada sistematicamente.


- Sexo:


A capacidade de estiramento das estruturas ligadas à flexibilidade – músculos, ligamentos e tendões – no sexo feminino é superior à do sexo masculino. Isto acontece em qualquer idade. A razão pela qual isto se verifica está ligada às diferenças existentes na produção de hormonas entre o sexo feminino e masculino. Uma vez que a mulher produz maior quantidade de estrogénio, nela existe uma maior retenção de água e uma maior quantidade de tecido adiposo, em vez de massa muscular. Deste modo, a mulher possui uma maior flexibilidade devido ao facto de possuir uma menor densidade de tecidos.


- Fatores psíquicos:


Situações de excitação emocional podem originar uma tensão muscular acrescida, o que influencia, de forma negativa, os índices de flexibilidade. Por outro lado, uma situação emocional positiva, como a vontade de vencer e todos os fatores psíquicos positivos, ajudam a elevar a capacidade de trabalho e, consequentemente, verifica-se uma melhoria dos níveis de flexibilidade.

Tipos de flexibilidade

Existem diversas formas de classificar os tipos de flexibilidade:


Quanto à localização corporal:


- Flexibilidade geral - refere-se à amplitude normal de oscilação das articulações, fundamentalmente nas principais articulações: ombro, anca e coluna vertebral.


- Flexibilidade específica - está relacionada com a amplitude necessária para a realização de movimentos específicos de cada modalidade.


Quanto às forças que originam a ação:


- Flexibilidade ativa - produzida utilizando forças internas, ou seja, trata-se da amplitude máxima de uma articulação conseguida através da contração dos músculos agonistas e alongamento, simultâneo dos músculos antagonistas.


- Flexibilidade passiva - é a amplitude máxima de uma articulação, conseguida através do estiramento e descontração dos músculos antagonistas, sob o efeito de forças externas


(como, por exemplo, força feita por outras pessoas). É maior que a flexibilidade ativa.


              Quanto à existência de movimento:


- Flexibilidade estática - verifica-se quando se sustém durante um certo tempo uma determinada posição da articulação, no máximo de amplitude;


- Flexibilidade dinâmica - quando se varia a posição articular. É, geralmente, maior do que a flexibilidade estática.

Componentes de flexibilidade

- Mobilidade: grau de liberdade de movimento de uma articulação;
- Elasticidade: estiramento elástico dos componentes musculares;
- Plasticidade: grau de deformação temporária que as estruturas musculares e as articulações deverão sofrer para possibilitar o movimento;
- Maleabilidade: modificações das tensões parciais da pele para acomodações necessárias ao segmento considerado.

Desvantagens de uma reduzida flexibilidade


Conhecidos os objetivos e benefícios da flexibilidade, é possível deduzir algumas das consequências da uma deficiente flexibilidade:

- Prolonga o período de aquisição e aperfeiçoamento das ações motoras, isto é, dificulta ou impede a aprendizagem de determinadas habilidades motoras;
- Pode favorecer o aparecimento de lesões;
- Dificulta o desenvolvimento de outras capacidades ou a sua aplicação;
- Diminui o rendimento na realização de ações motoras, sendo a falta de flexibilidade compensada por esforços suplementares, o que provoca grandes gastos de energia;
- Baixa a qualidade de execução, não permitindo que os movimentos sejam corretamente executados com desenvoltura e facilidade;
- Limita a amplitude do movimento e, consequentemente a rapidez da sua execução.

Objetivos e beneficios da flexibilidade

- Regulação do tónus muscular[1]; - Melhoria da coordenação muscular;
- Aumento da capacidade mecânica do músculo;
- Melhoraria da elasticidade muscular;
- Aumento da mobilidade articular;
- Melhoria da produção de força (devido ao maior alongamento, extensibilidade e elasticidade das estruturas anatómicas);
- Melhoria do transporte de energia;
- Permite um aproveitamento mais económico da energia mecânica;
- Prevenção de lesões musculares (aumento da tolerância ao choque e às instabilidades musculo-articulares, pelo aumento/manutenção da reserva de flexibilidade);
- Redução do choque de impacto em desportos de contacto e nas quedas;
- Aumento da amplitude dos movimentos relacionados com a atividade;
- Promove o relaxamento muscular;
- Permite aperfeiçoar a técnica com maior rapidez;
- Permite uma recuperação mais rápida (aumento do metabolismo e irritação local; efeito antálgico[2]).





[1] Tónus muscular - estado de tensão elástica (contração ligeira) que apresenta o músculo em repouso, e que lhe permite iniciar a contração imediatamente depois de receber o impulso dos centros nervosos. Num estado de relaxamento completo (sem tónus), o músculo levaria mais tempo para iniciar a contração.
[2] Antálgico – acalma a dor.

Conceito de flexibilidade

“Capacidade motora que depende da elasticidade muscular e da mobilidade articular, expressa pela máxima amplitude de movimentos necessária para a perfeita execução de qualquer a atividade física eletiva, sem que ocorram lesões anatomopatológicas” (Pavel e Araújo).

Flexibilidade

Flexibilidade é a capacidade motora responsável pela execução de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou um conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão, isto é, a flexibilidade permite efetuar movimentos com a maior amplitude possível. O atleta pode executar estes movimentos por si mesmo ou por influência auxiliar de forças externas.

Treino de Resistência


Num contexto desportivo, o desenvolvimento da resistência implica o retardamento do aparecimento e instalação da fadiga e/ou a diminuição das suas consequências durante a execução de determinado exercício físico, promovendo, ainda, a otimização dos processos de recuperação após o esforço.


É essencial desenvolver a resistência geral para se poder atingir um bom nível na resistência de um certo desporto, qualquer que este seja. Então, para o treino da resistência, é necessário executar repetidamente exercícios de dificuldade moderada ou de dificuldade acentuada.

É comum utilizar as atividades cíclicas, como o ciclismo, a marcha, a natação, a canoagem, as séries de corridas rápidas, entre outros. No caso do treino da força em regime de resistência, também se recorre a máquinas de musculação.

Tipos de resistência

Existem várias formas de classificar a resistência:


Quanto à massa muscular mobilizada:


- Resistência geral - é aquela em que é solicitada mais de 1/6 da massa muscular total, sendo limitada pelo sistema cardiorrespiratório, ou seja, é a capacidade de resistência, quando se utilizam grandes grupos musculares, como por exemplo, na corrida de fundo.


- Resistência local - é solicitada menos de um 1/6 da massa muscular total, sendo a mesma fundamental para os exercícios de braços como, por exemplo, no levantamento de pesos e no boxe. É determinada pela resistência geral, pela força e pela capacidade anaeróbia.


Observação: Quando um movimento exigir, para a sua realização, a participação de menos de 1/6 a 1/7 do total da musculatura esquelética, ele é localizado, (como já foi referido anteriormente), pois depende inicialmente do metabolismo local. Se o movimento for realizado várias vezes ou durante um tempo prolongado, este solicita a capacidade motora conhecida como resistência muscular localizada, sendo que este tipo de resistência se pode manifestar, utilizando as fontes de energia, aeróbia e anaeróbia, que irão ser descritas seguidamente.



              Quanto aos processos de obtenção de energia:


- Resistência aeróbia - é aquela em que há equilíbrio entre o oxigénio que está a ser requisitado para o trabalho muscular e o que é transportado pela circulação até esse tecido, ou seja, é uma qualidade física que permite a um indivíduo sustentar um exercício com uma intensidade e duração relativamente longas. A energia necessária para a realização desse exercício provém principalmente do metabolismo oxidativo.



- Resistência anaeróbia - é aquela onde há ausência de oxigénio e a energia é produzida através da fermentação. Esta divide-se noutras duas variantes: a resistência anaeróbia aláctica (nos esforços de pequena duração, quando a energia é obtida a partir da fosfocreatina[1], não se formando grandes quantidades de ácido láctico) e a resistência anaeróbia láctica (quando os esforços são mais prolongados e se recorre ao glicogénio[2], formando-se assim, grandes quantidades de ácido láctico no sangue). A resistência anaeróbia provoca fadiga bioquímica e neuromuscular.


Quanto à modalidade desportiva:


- Resistência geral - capacidade de executar um tipo de atividade independentemente do desporto praticado, que implique muitos grupos musculares e sistemas (sistema nervoso central, sistema cardiovascular e respiratório). As suas características principais são: por um lado, envolver o organismo na sua totalidade, por um período de tempo prolongado; por outro lado, não depender da disciplina desportiva, embora facilitando o sucesso em vários tipos de tarefas em treino.


- Resistência específica - é a forma de manifestação própria de um determinado desporto ou modalidade praticada. Pressupõe uma adaptação às condições de carga próprias da competição.



Quanto à duração do esforço:


- Resistência de curta duração (35 segundos a 2 minutos);
- Resistência de média duração (2 a 10 minutos);
- Resistência de longa duração,



A resistência de longa duração, divide-se em quatro níveis:

- Nível I (10 a 35 minutos);
- Nível II (35 a 90 minutos);
- Nível III (90 minutos a 6 horas);
- Nível IV (mais de 6 horas).





[1] Fosfocreatina – composto de aminoácidos armazenada nas nossas células (está presente nas fibras musculares e no cérebro)
[2] Glicogénio – hidrato de carbono de reserva do nosso organismo

Objetivos e beneficios da resistência

A Resistência tem como objetivos:
- Desenvolver a capacidade funcional do coração;
- Aumentar o número de glóbulos vermelhos e a taxa de oxigénio transportado pelo sangue;
- Providenciar aos atletas uma maior capacidade de realizar um volume elevado de carga de treino ou competição;
- Aumento da capacidade muscular para queimar açúcares e gorduras;
- Redução da massa corporal;
- Manutenção, durante o máximo tempo possível, de uma intensidade ótima do exercício;
- Redução do decréscimo inevitável da intensidade quando se trata de exercícios prolongados como, por exemplo, a maratona;
- Melhoramento da capacidade de recuperação após os treinos ou competições;
- Estabilização da técnica desportiva e da capacidade de concentração nos desportos mais complexos tecnicamente (exemplos: salto em trampolim, patinagem artística, etc.).

Conceito de Resistência


Não existe um conceito universal de resistência. Todavia, numa primeira análise, a resistência relaciona-se principalmente com a fadiga e a capacidade de recuperação dos indivíduos, influenciando o desempenho segundo diversas vertentes: energética, coordenativa, biomecânica e psicológica.


Segundo Bompa (1999), “resistência pode ser definida como a capacidade do organismo em resistir à fadiga numa atividade motora prolongada. Entende-se por fadiga a diminuição transitória e reversível da capacidade de trabalho do atleta”. Zintl (1991) define a resistência de um modo mais detalhado: “resistência é a capacidade de manter um equilíbrio psíquico e funcional o mais adequado possível perante uma carga de intensidade e duração suficientes para desencadear uma perda de rendimento insuperável (manifesta), assegurando, simultaneamente, uma recuperação rápida após esforços físicos”.

Resistência

            Resistência é a qualidade física que permite um esforço proveniente de exercícios prolongados, durante um determinado tempo. Por outras palavras, a resistência é a capacidade de suportar e recuperar da fadiga física e psíquica. Permite a realização de esforços, sem a perda de eficácia motora.

Treino da Velocidade

           Um método universalmente válido para o treino da velocidade dificilmente poderá ser apresentado, isto porque o desempenho da velocidade em diferentes desportos é muito complexo ou tecnicamente muito específico.


Para melhorar a velocidade de qualquer tipo de movimento é necessário:


- Pôr em condições o músculo interessado;
- Executar o movimento desejado à máxima velocidade possível, de acordo com o princípio que velocidade gera velocidade;
- Aperfeiçoar a coordenação dos movimentos;
- Estar atento ao relaxamento.


O treino deve processar-se dentro dos seguintes princípios:


- Esforços: curtos e intensos à máxima velocidade de execução possível;
- Intervalos: o descanso entre as repetições deve ser suficiente para uma recuperação completa;
- Repetições: as possíveis, desde que a fadiga não surja como inibidora do desempenho da velocidade.



Todo o tipo de ações explosivas, tais como as partidas em velocidade, os saltos e lançamentos, que impliquem respostas rápidas a estímulos variados, passando de posturas estáticas a dinâmicas, de formas de movimento lento ou moderado a outras velozes ou em aceleração, são outros exercícios específicos que permitem o correto desenvolvimento desta capacidade.

Principais fatores condiconantes da velocidade

- Aptidão, fatores de desenvolvimento de aprendizagem (sexo, talento, constituição, idade, técnica desportiva, movimento e antecipação);


- Fatores sensório-cognitivos e psicológicos (concentração – atenção seletiva, aceitação de informação, processamento, controlo e regulação, motivação e força de vontade);


- Fatores neurológicos (taxa de recrutamento e codificação das unidades motoras – coordenação intramuscular, ciclos de excitação-inibição no sistema nervoso central, potencial de ação, velocidade de propagação e inervação[1] reflexa);


- Fatores músculo-tendinosos (distribuição do tipo de fibra, secção transversal de cada fibra, velocidade de contração muscular, elasticidade dos músculos e tendões, viscosidade muscular, comprimento do músculo e relação tronco-extremidades, suprimento de energia e temperatura do músculo).


- Sistema neuromuscular:


A velocidade depende sempre da ação integrada entre os músculos e nervos, através da transmissão da excitação para o sistema nervoso.


- Tipo de musculatura:


A parte da musculatura de contração rápida tem correlação positiva com a velocidade dos movimentos (evidenciado por biópsias).


- Força da musculatura:


O aperfeiçoamento da força vem sempre acompanhado de um aumento da velocidade de movimento, devido ao aumento da secção transversal do músculo que proporciona mais ligações de pontes entre a actina[2] e a miosina[3].


 - Tipo de obtenção de energia:


A velocidade máxima do músculo depende muito do nível de fosfato rico em energia. Quanto maior o armazenamento de energia, maior a velocidade de contração muscular.


 - Capacidade coordenativa:


Uma alta frequência de movimentos é alcançada com a alternância mais rápida entre a estimulação e inibição, e respetivas regulações do sistema nervo-músculo, aliados a uma aplicação ótica de força.


 - Elasticidade e capacidade de alongar e relaxar a musculatura:


Quando as características dos músculos (elasticidade, alongar e relaxar) são insuficientes, ocorre uma diminuição da amplitude de movimento e uma regressão da coordenação, uma vez que os músculos agonistas[4] precisam de vencer uma maior resistência dos antagonistas[5], durante o movimento.


 - Aquecimento:


Uma ótima condição de aquecimento aumenta a capacidade de alongamento e, por sua vez, a elasticidade melhora a capacidade de reação neuromuscular. Todas as reações bioquímicas decorrem mais rapidamente quando a temperatura é propícia.


- Fadiga:


Com a fadiga muscular ocorre uma acidose[6]. Uma velocidade máxima não pode ser alcançada em condição de fadiga, pois os processos de controlo do sistema nervoso estão prejudicados e a alta capacidade de coordenação, imprescindível para o desenvolvimento da velocidade, está com o seu desempenho prejudicado.


 - Sexo e idade:


A velocidade básica de pessoas não treinadas do sexo feminino é, em média, 10 a 15% menor do que a do sexo masculino. Isto deve-se principalmente à menor força que as mulheres têm. A velocidade básica sofre uma redução mais precoce e mais acentuada com o aumento da idade, estando isto relacionado com a diminuição da força e da coordenação.





[1] Inervação: conjunto dos fenómenos que se manifestam no organismo com intervenção dos centros do sistema nervoso.
[2] Actina: proteína que, em conjunto com a miosina e moléculas de ATP, gera movimentos celulares e musculares.
[3] Miosina: miofibra que quando se combina com a actina em presença de ATP produz movimentos celulares.
[4] Agonista: musculo que determina, de maneira predominante, a direção do movimento, opondo-se á ação de outro músculo.
[5] Antagonista: músculo cuja ação contraria de outros músculos associados na execução de um movimento.
[6] Acidose: refere-se ao excesso de pH ácido em todo o organismo, devido a uma concentração baixa de bicarbonato no sangue.

Tipos de velocidade

            Numa tentativa de classificação, Bauersfeld & Voss, em 1992, mencionaram seis variantes da velocidade: a velocidade de reação, de deslocamento e dos membros/execução, bem como a velocidade acíclica, cíclica e de ação.  

- Velocidade de Reação:

Pode ser definida como a “velocidade com a qual um atleta é capaz de responder a um estímulo” (Tubino, 1984). Este tipo de velocidade diz respeito a todas as formas de movimento, já que é a capacidade de reagir a um estímulo no menor tempo possível.

Este tipo de velocidade é imprescindível para os velocistas de um modo geral, isto é, do atletismo, natação, desportos coletivos, entre outros. De acordo com Weineck, a reação pode ser dividida em reações simples e reações complexas, sendo um exemplo para a primeira a largada de uma corrida de velocidade, e a segunda seria representada, por exemplo, por um jogo desportivo, onde é necessário reagir adequadamente às diversas situações de jogo.

Esta variante da velocidade pode ser voluntária ou involuntária (“reflexos”). O tempo de reação[1] da primeira depende da velocidade de perceção própria de cada órgão sensorial, da capacidade que os centros nervosos possuem de transformar informação (receção dos estímulos sensoriais) em impulsos motores adequados, e da rapidez de contração dos músculos em causa. Na velocidade involuntária, a informação recebida e a resposta dada processam-se mais rapidamente, devido ao comando motor que parte da medula espinal (é o caminho mais curto, ao contrário dos centros cerebrais).

Um exemplo desta pode ser o mecanismo biológico de defesa, segundo o qual o tempo de resposta motora a um estímulo considerado perigoso é encurtado ao mínimo tempo possível.

- Velocidade de Deslocamento:

A velocidade de deslocamento, também chamada de velocidade de movimento, representa uma forma especial da velocidade cíclica, referindo-se à capacidade locomotora das extremidades inferiores, ou seja, é a capacidade máxima de um indivíduo se deslocar de um ponto para outro. A medição da velocidade de deslocamento é geralmente feita através da cronometragem de um deslocamento curto.

Este tipo de velocidade é uma mais-valia física específica em provas de velocidade de um modo geral (Atletismo, Natação, Ciclismo e Remo), bem como em desportos coletivos (Futebol, Basquetebol, entre outros).

- Velocidade dos Membros ou de Execução:

A velocidade dos membros é a capacidade de mover os braços ou as pernas o mais depressa possível. É essencial para os corredores e nadadores de velocidade, lutadores de Boxe, ciclistas, esgrimistas, jogadores de Voleibol, entre outras modalidades desportivas.

Não há confusão possível entre esta capacidade motora e a velocidade de deslocamento, na medida em que, por exemplo, um corredor pode apresentar uma maior frequência de passadas (maior velocidade dos membros) e no entanto, não possui uma boa velocidade de deslocamento.
- Velocidade Acíclica:

A velocidade acíclica manifesta-se no desporto na forma de lançamento, de arremesso, de salto, de chuto ou de batida, contendo, por isso, movimentos motores únicos. Nesta velocidade, as ações começam de uma maneira e terminam de outra.

- Velocidade Cíclica:

Segundo Weineck, a velocidade cíclica consiste numa sequência de ações motoras, ritmicamente repetida, independentemente do facto de se tratar de movimentos das extremidades superiores ou inferiores, assim como do tronco. A frequência do movimento, como forma de manifestação da velocidade cíclica, depende da velocidade de cada movimento único.

- Velocidade de Ação:

A velocidade de ação diz respeito à orientação da aplicação da velocidade em determinados desportos ou em grupos de desportos, abstraindo-se do aspeto puramente motor, salientando fortemente os fatores espaciais e temporais que dirigem as exigências subjetivas da ação. Os fatores psicológicos, tais como a perceção, a tomada de decisões, as emoções e as motivações, assumem um papel importante neste caso.

           A velocidade tem também uma outra variante, a velocidade de contração.

- Velocidade de Contração:

Toda a ação motora depende da capacidade de encurtamento das fibras musculares.

Assim sendo, a velocidade de contração depende do grau de coordenação neuromuscular e da condição fisiológica da musculatura, tendo a ver com vários aspetos, tais como o tipo e a dimensão das alavancas muscularmente acionadas, a velocidade de reação motora ao estímulo nervoso, entre outros.



[1] - Tempo de reação - é o intervalo que decorre entre o estímulo e a resposta motora.

Conceito de velocidade

           Apesar da definição dada inicialmente, há, entre outras, uma definição de velocidade mais completa.

Em 1999, Weineck afirmou que “a velocidade motora resulta, portanto, da capacidade psíquica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento, as quais são sujeitas às influências genéticas do aprendiz, do desenvolvimento sensorial e neurológico, bem como de tendões, músculos e capacidade de mobilização energética”.

Velocidade

           Sendo uma qualidade física particular do músculo e das coordenadas neuromusculares, é a capacidade motora que permite a máxima rapidez de execução de um movimento (ação motora) ou de uma série de movimentos, de um mesmo padrão. Esta qualidade física é uma das componentes mais importantes do desempenho desportivo. No entanto, não deve ser vista como uma capacidade isolada, devendo ser considerada uma componente parcial das exigências complexas necessárias para o desempenho desportivo. Juntamente com um leque de movimentos técnicos e de coordenação, bem como com a especificidade do desporto, as diversas manifestações da velocidade são de importância primordial para o sucesso em desportos individuais ou coletivos. A importância da velocidade depende do desporto em questão. Por exemplo, relativamente às atividades de condicionamento físico para a saúde é pouco importante, quando comparada a fatores como a capacidade aeróbia, força e características do movimento. No entanto, os desportos de lazer, em geral, exigem pelo menos um certo nível básico de algumas formas de velocidade, tais como a velocidade de reação, a qual é uma variante da velocidade

Mecânicos (contração muscular)

           Para além da magnitude do volume muscular e da percentagem relativa dos diferentes tipos de fibras musculares, a mecânica da contração muscular influencia igualmente a capacidade de um músculo produzir força.

- Tipos de contração muscular:
Sempre que ativados os músculos desenvolvem tensão e tendem a encurtar-se, podendo ou não ocorrer deslocamento dos segmentos ósseos que lhes estão associados. O tipo de resistência exterior determinará a existência ou não de movimento.

 Existem três tipos de ações musculares:

- Ação muscular concêntrica:
Quando a tensão desenvolvida pelo músculo é superior à resistência que ele tem de vencer, ocorre um encurtamento. Este tipo de ação ocorre na fase positiva (concêntrica) da maioria dos exercícios de treina da força, como o supino ou o agachamento.

- Ação muscular excêntrica:
Quando a tensão desenvolvida pelo músculo é inferior à resistência que ele tem de vencer, apesar do músculo tentar encurtar-se, ocorre um alongamento das fibras musculares.
Este tipo de ação ocorre na fase negativa (excêntrica) da maioria dos exercícios de treina da força, como o supino ou o agachamento.

- Ação muscular isométrica:
Se a tensão desenvolvida pelo músculo é igual à resistência que ele tem de vencer, o comprimento das fibras musculares, mantém-se essencialmente inalterado. Este tipo de ação muscular ocorre quando se pretende exercer força contra uma resistência inamovível.

Para além destas três formas clássicas de ações musculares, há ainda a considerar a forma natural de funcionamento muscular. Nos movimentos da locomoção humana, como a marcha atlética, a corrida e o salto, os músculos extensores dos membros inferiores estão periodicamente sujeitos a impactos com o solo que provocam um alongamento muscular seguido de uma fase de encurtamento.

-Relação força-alongamento:
A força desenvolvida pelo músculo é maior no seu comprimento de repouso, já que o número de pontes cruzadas entre a actina e a miosina é maior nesta posição. Á medida que o músculo se encurta ocorre uma diminuição das ligações entre as proteínas contrácteis porque ocorre alguma sobreposição dos filamentos, com uma diminuição da tensão que pode ser desenvolvida.
De forma semelhante, se o músculo for alongado para além do seu comprimento de repouso, o número de pontes cruzadas vai também diminuindo, porque a sobreposição dos filamentos se reduz drasticamente.