- fatores nervosos centrais;
- fatores nervosos perifericos.
- Fatores nervosos centrais:
O Sistema Nervoso Central dispõe de
3 mecanismos para regular a intensidade da contração muscular:
-recrutamento de unidades motoras:
Um dos
mecanismos de regulação da força produzida pelo músculo é o recrutamento de Unidades
Motoras. Estas UM são recrutadas por ordem crescente da sua capacidade de
produção de força. Este padrão de recrutamento é conhecido como
O
princípio de Henneman. As UM de menores dimensões possuem limiares de
excitabilidade mais baixos e são recrutadas em primeiro lugar. À medida que as
necessidades de produção de força vão aumentando, as UM de maiores dimensões
vão sendo recrutadas progressivamente. Desta forma, há uma correlação positiva
entre as capacidades de produção de força das UM e o seu limiar de
recrutamento, ou seja, de excitabilidade.
Enquanto
este limiar não for alcançado o grupo de fibras musculares constituinte desta
unidade motora permanece sem se contrair. A partir do momento em que este
limiar é alcançado todas as fibras constituintes se contraem, é a chamada lei
do "Tudo ou Nada". Neste contexto, quando o neurónio envia um influxo
nervoso às fibras musculares pertencentes a uma determinada unidade motora, só
pode ocorrer uma das seguintes duas respostas:
·
As
fibras permanecem descontraídas se a intensidade do estímulo for inferior ao
seu limiar de excitabilidade;
·
Contraem-se
com toda a intensidade, se o estímulo for igual ou superior ao seu limiar de
excitabilidade.
Finalizando,
perante um estímulo acima do limiar de estimulação a contração obtida é sempre
máxima. No entanto, esta lei não se aplica ao músculo como um todo, já que este
é constituído por várias unidades motoras, o que leva a que cada músculo possa
desenvolver forças de intensidades gradativas, podendo ir de uma contração
fraca a uma contração forte.
-
Frequência de ativação das unidades motoras:
A
força produzida por uma contração muscular pode ser aumentada não só pelo maior
número de UM recrutadas, mas também pela variação da força gerada por cada UM
individualmente. Este aumento de força pode ser conseguido através de uma maior
frequência de ativação de cada UM. A frequência de ativação das UM está
intimamente relacionada com a velocidade de contração, o que por si só, é
condição suficiente para que este mecanismo de regulação nervoso adquira papel
predominante no estudo dos fatores neurais que condicionam a capacidade do
músculo produzir força.
- Sincronização da ativação das
unidades motoras:
A
sincronização de UM pode ser definida como a coincidência temporal dos impulsos
de duas ou mais UM. Um aumento da força de contração pode ser obtido através da
sincronização dos processos de somação temporal. A frequência de ativação é o
processo responsável pelo controlo da força produzida enquanto que o princípio
de recrutamento é aquele que possibilita o atingir da força máxima através de
mecanismos mais rápidos e mais potentes.
Neste sentido, quanto
maior for a capacidade de recrutar simultaneamente, num dado momento, um
elevado número de unidades motoras maior será a força produzida pelo músculo. A
utilização do presente mecanismo parece só estar ao alcance de praticantes altamente
treinados ao nível do treino da força. Os estudos clássicos de Milner-Brown et
al. (1975) mostraram que halterofilistas possuíam uma maior sincronização no
disparo das UM do que os seus sujeitos controlo.
- Fatores nervosos periféricos:
Os fatores
nervosos periféricos estão associados aos processos de inervação sensitiva do
músculo. Os músculos, tendões e articulações possuem órgãos sensoriais cuja
função principal é de veicular as informações-sensitivas até ao sistema nervoso
central.
Estes fatores estão associados aos
processos de inervação sensitiva do músculo:
-
Fuso neuromuscular:
Qualquer
alongamento muscular, ao implicar o estiramento das fibras intra-fusais,
origina uma estimulação das fibras sensitivas Ia e II, oriundas, respetivamente
dos recetores primários e secundários do fuso. As fibras Ia são sensíveis ao
grau e à velocidade do estiramento e o facto de realizarem no seu trajeto
apenas uma sinapse, permite-lhes uma grande velocidade de intervenção. Uma
ramificação destas fibras termina monosinapticamente no motoneurónio alfa e é
responsável pela sua excitação e, naturalmente, pela contração muscular, i.e.,
pelo reflexo de alongamento.
-
Órgão tendinoso de Golgi:
O
outro grande recetor muscular, o Órgão Tendinoso de Golgi, envia continuamente
informações sobre a intensidade da contração muscular, através das fibras
sensitivas. Estas fibras terminam no interneurónio inibitório que por sua vez
age inibitoriamente sobre o motoneurónio alfa, facilitando o relaxamento do
músculo. A exemplo do que referimos para as fibras aferentes do fuso, também as
fibras recorrem a um processo de inibição recíproca, o que torna a sua ação
mais eficaz.
Por
último, deve-se referir o papel muito importante que é desempenhado pelo
circuito gama. Ao receber intervenção dos centros superiores, o motoneurónio
gama procede à inervação das fibras intra-fusais do fuso neuromuscular,
promovendo um constante ajustamento relativamente ao seu estiramento. Esta ação
das fibras gama, constitui um mecanismo de servo-assistência que permite um
controlo muito perfeito das ações musculares.
Naturalmente
que o sistema do reflexo de alongamento, bem como todos os outros circuitos
medulares a que nos referimos de forma breve, estão presentes em todos os
movimentos e devem ser encarados como mecanismos não exclusivos e
interdependentes, sobretudo pela larga ação que sobre eles exercem as
estruturas supra medulares apoiadas nas influências recíprocas entre redes de
interneurónios medulares.
- Recetores articulares:
São responsáveis pela informação
relativa à posição das articulações, velocidade e amplitude do movimento. Estes
órgãos (RA) são de extrema importância devido ao seu carácter preventivo e de
proteção no que se refere a possíveis lesões.
Muito bom
ResponderEliminaresta mui top galerinha:) ;)
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