quarta-feira, 20 de junho de 2012

Principais fatores condiconantes da velocidade

- Aptidão, fatores de desenvolvimento de aprendizagem (sexo, talento, constituição, idade, técnica desportiva, movimento e antecipação);


- Fatores sensório-cognitivos e psicológicos (concentração – atenção seletiva, aceitação de informação, processamento, controlo e regulação, motivação e força de vontade);


- Fatores neurológicos (taxa de recrutamento e codificação das unidades motoras – coordenação intramuscular, ciclos de excitação-inibição no sistema nervoso central, potencial de ação, velocidade de propagação e inervação[1] reflexa);


- Fatores músculo-tendinosos (distribuição do tipo de fibra, secção transversal de cada fibra, velocidade de contração muscular, elasticidade dos músculos e tendões, viscosidade muscular, comprimento do músculo e relação tronco-extremidades, suprimento de energia e temperatura do músculo).


- Sistema neuromuscular:


A velocidade depende sempre da ação integrada entre os músculos e nervos, através da transmissão da excitação para o sistema nervoso.


- Tipo de musculatura:


A parte da musculatura de contração rápida tem correlação positiva com a velocidade dos movimentos (evidenciado por biópsias).


- Força da musculatura:


O aperfeiçoamento da força vem sempre acompanhado de um aumento da velocidade de movimento, devido ao aumento da secção transversal do músculo que proporciona mais ligações de pontes entre a actina[2] e a miosina[3].


 - Tipo de obtenção de energia:


A velocidade máxima do músculo depende muito do nível de fosfato rico em energia. Quanto maior o armazenamento de energia, maior a velocidade de contração muscular.


 - Capacidade coordenativa:


Uma alta frequência de movimentos é alcançada com a alternância mais rápida entre a estimulação e inibição, e respetivas regulações do sistema nervo-músculo, aliados a uma aplicação ótica de força.


 - Elasticidade e capacidade de alongar e relaxar a musculatura:


Quando as características dos músculos (elasticidade, alongar e relaxar) são insuficientes, ocorre uma diminuição da amplitude de movimento e uma regressão da coordenação, uma vez que os músculos agonistas[4] precisam de vencer uma maior resistência dos antagonistas[5], durante o movimento.


 - Aquecimento:


Uma ótima condição de aquecimento aumenta a capacidade de alongamento e, por sua vez, a elasticidade melhora a capacidade de reação neuromuscular. Todas as reações bioquímicas decorrem mais rapidamente quando a temperatura é propícia.


- Fadiga:


Com a fadiga muscular ocorre uma acidose[6]. Uma velocidade máxima não pode ser alcançada em condição de fadiga, pois os processos de controlo do sistema nervoso estão prejudicados e a alta capacidade de coordenação, imprescindível para o desenvolvimento da velocidade, está com o seu desempenho prejudicado.


 - Sexo e idade:


A velocidade básica de pessoas não treinadas do sexo feminino é, em média, 10 a 15% menor do que a do sexo masculino. Isto deve-se principalmente à menor força que as mulheres têm. A velocidade básica sofre uma redução mais precoce e mais acentuada com o aumento da idade, estando isto relacionado com a diminuição da força e da coordenação.





[1] Inervação: conjunto dos fenómenos que se manifestam no organismo com intervenção dos centros do sistema nervoso.
[2] Actina: proteína que, em conjunto com a miosina e moléculas de ATP, gera movimentos celulares e musculares.
[3] Miosina: miofibra que quando se combina com a actina em presença de ATP produz movimentos celulares.
[4] Agonista: musculo que determina, de maneira predominante, a direção do movimento, opondo-se á ação de outro músculo.
[5] Antagonista: músculo cuja ação contraria de outros músculos associados na execução de um movimento.
[6] Acidose: refere-se ao excesso de pH ácido em todo o organismo, devido a uma concentração baixa de bicarbonato no sangue.

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